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ArtigosSave the Bloogs e o valor do jogo físico em tempos de excesso de tela

Save the Bloogs e o valor do jogo físico em tempos de excesso de tela

Em um momento em que tudo parece migrar para o digital, um movimento interessante acontece em paralelo: as pessoas estão buscando experiências mais táteis, sociais e presenciais e os números confirmam isso: o mercado global de jogos de tabuleiro deve chegar a US$ 41,6 bilhões até 2033, segundo o IMARC Group, impulsionado justamente por propostas que misturam o físico ao digital.

Foi nesse contexto que a Webcore Games desenvolveu o Save the Bloogs, um dos títulos exclusivos de lançamento do Board, o novo console criado por Brynn Putnam que une o toque físico de um tabuleiro à interatividade digital de um videogame. Trabalhar nesse projeto permitiu experimentar, na prática, o que essa nova categoria de jogos híbridos pode oferecer.

Desenvolver para algo que ainda não existe

Criar Save the Bloogs significou construir um jogo enquanto a própria plataforma ainda estava tomando forma. O Board evoluía semanalmente, e isso nos colocou em uma posição incomum: além de projetar a experiência, colaboramos ativamente com o refinamento do hardware, testando sensores, calibrando leituras e entendendo o que significava criar para um console que dependia do mundo físico.

Foram 10 meses de desenvolvimento com um time completo de game designers, level designers, programadores, tech artists e QA, além da colaboração fundamental da Spark (arte) e da Andromeda (trilha e efeitos sonoros).

O conceito inicial de Save the Bloogs veio de Seth Sivak — veterano em projetos como World of Warcraft e Spellbreak, hoje parte do core team do Board. Ele nos apresentou um ponto de partida inspirado em Lemmings: pequenas criaturas atravessando níveis cheios de perigos, enquanto o jogador intervém indiretamente para guiá-las.

Mas no Board, essa intervenção precisava ser física.

Em vez de menus, habilidades ou comandos digitais, o jogador posiciona peças reais no tabuleiro para construir caminhos, criar soluções criativas e salvar o máximo possível de Bloogs. É uma mecânica simples na superfície, mas que ganha profundidade com a combinação entre física real e leitura digital.

Por que jogos híbridos estão ganhando força

Conforme Save the Bloogs avançava, percebemos que a proposta do Board dialogava com movimentos maiores do mercado e do comportamento do público.

  • Cansaço de tela: O aumento do tempo diário passivo diante de dispositivos digitais fez crescer a busca por atividades que ofereçam um respiro cognitivo. Jogos com interação física fornecem esse contraponto.

  • Interações sociais mais significativas Como o jogo acontece no espaço físico, a interação deixa de ser opcional: todo mundo participa, discute caminhos e resolve problemas lado a lado.

  • Tecnologia como aproximação: Num momento em que a IA acelera processos e automatiza tarefas, cresce também a demanda por experiências em que a tecnologia serve de ponte (não de barreira) entre as pessoas. O Board se insere nesse espaço ao integrar o digital ao ambiente compartilhado, não ao indivíduo isolado.

O Board não tenta substituir o digital, mas integrá-lo ao espaço compartilhado. E Save the Bloogs se apoia nisso: peças físicas criam rotas, resolvem problemas e dão forma ao caos encantador dos Bloogs.

O que fica dessa experiência

O desenvolvimento de Save the Bloogs evidenciou um ponto importante: experiências híbridas ampliam possibilidades de design, diversificam formas de engajamento e respondem a mudanças no comportamento do público.

Criar para o Board nos permitiu explorar uma fronteira que combina toque, presença e tecnologia de forma integrada e que deve ganhar relevância à medida que o mercado busca propostas mais humanas e colaborativas.

Conheça mais sobre o case no site da Webcore Games: https://www.webcoregames.com/case/save-the-bloogs-2/